quarta-feira, 2 de novembro de 2011

História da Saúde no Brasil

HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL       
Período Colonial

Breve Resumo Histórico
            
            Ciclo do pau-brasil (1500 a 1530)
                - Chegada dos portugueses ao Brasil em 22 de abril de 1500.
- Portugueses começam a extrair o pau-Brasil da região litorânea, usando mão-de-obra indígena. A madeira era comercializada na Europa.
- Os portugueses construíram feitorias no litoral para servirem de armazéns de madeira.
- Nesta fase os portugueses não se fixaram, vinham apenas para explorar a pau-Brasil e retornavam.
- Época marcada por ataques estrangeiros (ingleses, franceses e holandeses) à costa brasileira.

Ciclo do açúcar (1530 até século XVII)
- Em 1530 chega ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Souza com objetivo de dar início a colonização do Brasil e iniciar o cultivo da cana-de-açúcar.
- A região Nordeste é escolhida para o cultivo da cana-de-açúcar em função do solo e clima favoráveis.
- Em 1534 a Coroa portuguesa cria o sistema de Capitanias Hereditárias para dividir o território brasileiro, facilitando a administração. O sistema fracassou e foi extinto em 1759.
- Em 1549 foi criado pela coroa portuguesa o Governo-Geral, que era uma representação do rei português no Brasil, com a função de administrar a colônia.
- A capital do Brasil é estabelecida em Salvador. A região nordeste torna-se a mais próspera do Brasil em função da economia impulsionada pela produção e comércio do açúcar.
- Nos engenhos de açúcar do Nordeste é usada a mão-de obra  escrava de origem africana.

- Invasão holandesa no Brasil entre os anos de 1630 e 1654, com a administração de Maurício de Nassau.
- Nos séculos XVI e XVII, os bandeirantes começam a explorar o interior do Brasil em busca de índios, escravos fugitivos e metais preciosos. Com isso, ampliam as fronteiras do Brasil além do Tratado de Tordesilhas.

Ciclo do ouro (século XVIII)
- Em meados do século XVIII começam a serem descobertas as primeiras minas de ouro na região de Minas Gerais.
- O centro econômico desloca-se para a região Sudeste.
- A mão-de-obra nas minas, assim como nos engenhos, continua sendo a escrava de origem africana.
- A Coroa Portuguesa cria uma série de impostos e taxas para lucrar com a exploração do ouro no Brasil. Entre os principais impostos estava o quinto.
- Grande crescimento das cidades na região das minas, com grande urbanização, geração de empregos e desenvolvimento econômico.
- A capital é transferida para a cidade do Rio de Janeiro.
- No campo artístico destaque para o Barroco Mineiro e seu principal representante: Aleijadinho.  

A idéia dos portugueses ao, chegarem ao Brasil, fazia referência a uma terra rica, bela e que possuía uma população saudável, com o passar do tempo, e conhecendo mais a fundo a realidade do país, esse conceito inicial, foi rapidamente substituído, pelo oposto. A pobreza, os conflitos entre indígenas e as enfermidades encontradas geraram uma grande dificuldade para a colonização. Todas essas dificuldades, somadas aos baixos salários, amedrontavam os médicos europeus, que não aceitavam transferir-se para cá. Os poucos médicos que aceitavam vir pro Brasil, não exerciam a profissão com eficácia, pois a população apresentava resistência a submeter-se aos tratamentos, por medo, preferindo, assim, seguir as orientações de curandeiros, apenas em época de endemias o médico era solicitado.
                A varíola foi uma das doenças que resultou em um grande número de mortes, no Brasil. Era conhecida como mal das bexigas e o tratamento aplicado surtia poucos efeitos. As medidas mais utilizadas era o isolamento dos pacientes e, além disso, fazia-se um pequeno corte no braço de pacientes e colocava pus extraído dos doentes em convalescença.
                A vinda da corte portuguesa ao Brasil gerou a necessidade de mudanças na saúde. Nesta época, foram criadas as primeiras escolas de medicina do país, que ao realizarem estudos descobriram que os navios estrangeiros traziam as doenças que afetava a população brasileira, como método de intervenção as embarcações suspeitas tinham de ser submetidas à quarentena.
 A fase imperial da história brasileira encerrou-se sem que o Estado solucionasse os graves problemas de saúde coletiva. Apesar de D. Pedro ter influenciado bastante as pesquisas científicas, os avanços não foram significativos.
 A intenção de Portugal não era de forma alguma gerar desenvolvimento para o Brasil, o objetivo era explorar ao máximo as riquezas e população brasileira, embora os nativos tenham resistido à exploração, sofreram muito, e tiveram parte de sua cultura perdida. Toda essa exploração trouxe graves prejuízos ao crescimento do país, sobretudo na saúde, que viveu uma longa fase negra. 


O Brasil República

       
         






Resumo Histórico: República Velha (1889-1930)

- Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. A monarquia é derrubada.
- Marechal Deodoro da Fonseca assume como primeiro presidente da República.
- Poder econômico e político nas mãos das oligarquias paulista e mineira.
- Após a renúncia de Deodoro em 1891, assume a presidência outro militar: Floriano Peixoto.
- Primeira Constituição Republicana Brasileira é promulgada em 1891: voto aberto, presidencialismo, manutenção de interesses das elites agrárias, exclusão das mulheres e dos analfabetos do direito de voto.
- Política do Café-com-Leite: alternância no poder de presidentes mineiros e paulistas.
- Região Sudeste é privilegiada nos investimentos federais, principalmente os setores agrícola e pecuário.
- O café é o principal produto brasileiro de exportação.
- Aumento da imigração europeia (italiana, alemã, espanhola) para servir de mão-de-obra nas lavouras de café do interior paulista.

Política dos Governadores
Troca de favores políticos entre presidente da República e governadores para a manutenção do poder e garantia de governabilidade.



O coronelismo
Poder político e econômico concentrado nas mãos dos coronéis (grandes latifundiários), que usavam o voto de cabresto, violência e fraudes para obter vantagens eleitorais para si e seus candidatos.

Golpe de 1930
Após a vitória de Júlio Prestes, políticos da Aliança Liberal afirmam que as eleições foram fraudulentas. Com a liderança de Getúlio Vargas, aplicam um golpe e colocam fim a República Velha. Vargas torna-se presidente da República.
.Fonte: www.históriadobrasil.net

República Velha


Nasce a Saúde Pública e a Política de Saúde brasileira

O avanço da área científica definiu um novo campo de conhecimento, voltado para o desenvolvimento de formas de atuação nos surtos epidêmicos. Criou-se assim, a saúde pública que é aliada à epidemiologia, e que juntas tentaram reorganizar a saúde popular.
As epidemias que no passado arrasavam a população brasileira refletiam negativamente na produtividade econômica do país. Visto que as pessoas que adoeciam ou morriam, não tendo, assim, como trabalhar e sem empregados, como o país iria crescer? Desse modo, afetando o lado financeiro do país, o Estado passou a ser preocupar com a situação, o que levou à criação de uma política de saúde. Esta novidade atuava, de forma intensa, na prevenção e no tratamento das epidemias. Mas ao objetivar a prevenção, percebeu-se que a mesma necessitava de um plano mais rigoroso, que priorizasse as condições de moradia, educação, alimentação e transporte da sociedade. Esses fatores determinaram a criação do que se chama de política social.

Reorganização dos serviços sanitários
                No início da república, a desorganização da saúde era predominante, facilitando a disseminação das epidemias. Então a medida do governo foi contratar médicos, para atuar na administração, estes por sua vez, passaram a desenvolver planos de organização pública, que pretendia diminuir a ocorrência das doenças infecto-contagiosas.

                  As oligarquias e a Saúde Pública
                O crescimento econômico da época exigia uma modernização, como uma nação progredir em um lugar em que as condições higiênicas eram deploráveis? E onde a população era constantemente acometida por epidemias? Os governantes observaram que esses fatores iriam limitar o progresso do país. Os portos e as grandes cidades, eram importantes pontos para o desenvolvimento da economia brasileira, seria interessante que estes lugares estivessem constantemente limpos e bem organizados. Sentindo esta necessidade, os políticos da república velha, ligaram-se à ciência e passaram a desenvolver planos que melhorasse as condições sanitárias dessas regiões. A partir daí foram criados laboratórios e institutos de pesquisas.

Saúde nas diversas regiões do Brasil
                A região sudeste, por ser o centro econômico do país, teve um melhoramento diferenciado na questão da saúde. A seguir farei detalhadamente, sobre o desenvolvimento da saúde nas cidades mais importantes da região sudeste e no interior do país.
                 
Rio de Janeiro
                
A cidade do Rio de Janeiro passou por uma importante reforma urbanística e sanitária, contando com o apoio de Oswaldo Cruz, o então, diretor geral do Departamento Nacional de Saúde Pública. Os cortiços eram tidos como lugares sujos, pois locavam um grande número de pessoas que viviam em péssimas condições sanitárias, acumulando, ratos e mosquitos transmissores de doenças, além de disseminar as epidemias, pelo fato de ter aglomerado de pessoas, desenvolveu-se um projeto que, expulsou todas essas pessoas dos cortiços, não havendo sequer a preocupação de como elas ficariam. E, além disso, criaram um corpo de inspetoria sanitária, a fim de fiscalizar as residências e localizar possíveis fatores de disseminação de doenças.  Agiam praticamente, como nossos agentes comunitários de saúde, esse plano funcionou bem e aos poucos o Rio de Janeiro foi se modernizando, diminuindo as epidemias e consequentemente, o número de mortos. Em 1899, foi criado o Instituto Soroterápico de Manguinhos, que tinha como objetivo, produzir soros e vacinas. E posteriormente passou a ser chamado de Instituto Oswaldo Cruz, pois foi Oswaldo o seu segundo diretor, e que realizou importantes pesquisas sobre a qualidade de vida da população do interior do país.
O Rio de Janeiro foi palco para um importante movimento popular, que estava totalmente ligado à saúde: a revolta das vacinas. Oswaldo Cruz desenvolveu uma vacina contra a varíola, e em 1904, foi aprovada uma lei no Congresso Nacional que obrigava as pessoas a serem vacinadas (os funcionários responsáveis pelo serviço tinham que vacinar as pessoas mesmo que elas não quisessem). A população sem conhece os efeitos da vacina, começou a fazer ataques à cidade, destruindo prédios, bondes, trens e bases policiais.





São Paulo

Em São Paulo a situação de insalubridade era menos caótica, porém, a idéia de expulsar a população pobre dos cortiços, também foi usada. Foi criado o Serviço Sanitário paulista, que funcionou muito bem, a ponto de ser copiado por outros estados. Este serviço fiscalizava ruas, casas, fábricas, estábulos, hospitais, bares e cemitérios, notificando-os em caso de alguma irregularidade. Foi proibido que outro tipo de profissional cuidasse da saúde do estado, além dos médicos formados no Brasil e no exterior. Portanto os curandeiros que atendiam os pobres, eram perseguidos pela polícia local. Nunca houve, em São Paulo, na área de saúde, tanto investimento como nesse período, o governo paulista organizou os institutos médico-epidemiológico, bacteriológicos, vacinogênicos e de análises clínicas e farmacêuticas. Ampliados logo depois, se transformaram nos institutos Butantã e Adolfo Lutz.

Regiões Rurais

Enquanto que nas regiões economicamente ativas, havia um grande investimento na Saúde Publica, no interior do país acontecia exatamente o oposto. Muito difícil de saber o motivo desse descaso não é? Segundo as normas que ditam o capitalismo, só se investe naquilo que rende lucro. Pois bem, os investimentos que ocorriam na região sudeste não eram simplesmente pelo fato de os governantes acharem a população bonitinha não, era por que as pessoas doentes não poderiam trabalhar e consequentemente não gerariam crescimento. Como é no sudeste que se concentra maior atividade econômica do país, o interior ficava meio esquecido.
A população rural era normalmente afetada por parasitas intestinais, doença de chagas, malária e tuberculose. Não tendo assistência médica adequada e estando em inadequadas e anti-higiênicas formas de vida, acarretava em uma população doente e mal vista pela sociedade, dizia-se que a população rural era preguiçosa e acomodada, o que, na verdade, o problema estava na falta de investimento por parte do governo.         

Comentário: Após a proclamação da república, em 1889, o país passou a caminhar com “seus próprios pés”, e portanto buscou sempre a modernização, e o crescimento econômico, neste período, a população enfrentava arrasadoras epidemias e não havia condições de um país se desenvolver em meio a uma população doente.  A região que mais crescia era o sudeste, sobretudo o Rio de Janeiro, que na época era capital do Brasil. Portanto a necessidade de pessoas saudáveis nessas cidades era maior e a criação de projetos para melhoria da saúde acompanhou essa necessidade, havendo assim, uma significativa melhoria na saúde das regiões economicamente desenvolvidas. Infelizmente as regiões que não tinham uma atividade econômica não conseguiram acompanhar esse crescimento e sofreram bastante as consequências disso.

Era Vargas

Nova ordem na saúde
                
Vargas assim que assumiu o governo , criou o Ministério da Educação e da Saúde Pública. Este novo ministério fez uma remodelação dos serviços sanitário do país. Este programa de saúde, foi recebido de forma diversas nas regiões do Brasil, devido a grande diferença nas condições sociais da população. No interior, onde a qualidade dos serviços de saúde era precária, essa reforma veio a calhar. Já nas regiões que possuíam um plano interno organizado, a proposta gerou desconforto e dificultou o melhoramento do atendimento assistencial .
                Ao objetivar o crescimento industrial e comercial do Brasil, Vargas, observou que para isto precisava de uma população saudável e ativa para que pudesse trabalhar, então criou uma legislação trabalhista que dava direito à assistência médica a esta classe. As leis garantiam aos operários, assistência médica, licença remunerada às gestantes e jornada de trabalho de oito  horas. Mias tarde a criação das CLT ( Consolidação das Leis do Trabalho), tornou-se obrigatório o pagamento de salários mínimos, indenizações aos acidentados, tratamento médico os doentes, pagamentos de horas extras e férias remuneradas. Vale salientar que essa lei só se aplicava aos trabalhadores de carteira assinada. As pessoas que não tinha emprego, não tinham também, direito à assistência de saúde.
Vargas se preocupou muito em realizar a educação em saúde dos brasileiros, fazendo isto com campanhas de conscientização que orientasse a população a manter hábitos higiênicos que evitavam a transmissão de doenças infecciosas. Estas campanhas eram feitas pela divulgação de cartazes e panfletos, além de mensagens no rádio, já que boa parte da população era analfabeta.


Comentário: Foi nesta época que houve o maior crescimento da saúde no Brasil, isso aconteceu graças à criação do Ministério da Educação e Saúde, que trabalhou em projetos de pesquisas na intenção de prevenir as doenças. Além disso, o plano de assistência aos trabalhadores foi bem desenvolvido, é tanto que dura até os dias de hoje. Foi nesta época que houve o maior crescimento da saúde no Brasil. As aulas sobre Brasil Colônia, República e Era Vargas, foram ministradas pela professora Andresa, respectivamente, nos dias 14/09, 19/09 e 05/10. . 

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